Temporada 2016 de ‘A Bofetada’ estreia dia 08 de janeiro no teatro Jorge Amado
Os onze personagens da mais que irreverente A BOFETADA,
maior sucesso da Cia Baiana de Patifaria e um dos maiores fenômenos do teatro
brasileiro estão prestes a invadir, mais uma vez, os teatros do Brasil. O
espetáculo, que completará 28 anos e já foi visto por cerca de um milhão e meio
de espectadores, voltará à cena a partir de 8 de janeiro de 2016 na Temporada
de Verão do Teatro Jorge Amado, em Salvador, ficando em cartaz até depois do
carnaval sempre aos sábados às 20 horas e aos domingos às 19 horas.
Em fevereiro, os ‘patifes’ se apresentarão também no palco
do Tom Brasil, em São Paulo. O espetáculo foi um dos escolhidos para o Festival
de Teatro Regional promovido pelo Instituto Cultural Brasilis.
A BOFETADA – uma
grande homenagem ao universo do teatro
Era novembro de 1988 quando A BOFETADA estreou, na pequena
Sala do Coro do Teatro Castro Alves, alterando a frequência do público que
passou a lotar os teatros para ver artistas locais em cena. De lá pra cá, o
espetáculo já percorreu mais de 50 cidades de norte a sul do país com
diferentes formações de elencos. No total, 17 atores já interpretaram os personagens
criados por Mauro Rasi, Miguel Magno e Ricardo de Almeida, três autores
paulistas do chamado ‘teatro besteirol’.
Como nenhum espetáculo ou temporada são iguais, a trupe já
está em sala de ensaio se aquecendo e preparando as novidades para a nova
montagem. Dessa vez, Fanta Maria, Pandora, Eleonora, Vânia, Dirce, Camilinha,
Helena, Araci, Paloma, Marivaldo e a Rainha, os personagens tão queridos do
público, serão interpretados por Diogo Lopes Filho, Mario Bezerra, Marcos
Barretto e Lelo Filho, que também assina a direção, juntamente com o diretor
assistente Odilon Henriques. A concepção original é de Fernando Guerreiro.
No primeiro esquete, “O Calcanhar de Aquiles”, (extraído de
Pedra, a tragédia), de Mauro Rasi, a atriz decadente Eleonora (interpretada
pelo ator Mário Bezerra) obriga a crítica de teatro Vânia Leão (vivida por
Marcos Barretto) e a namorada Dirce (interpretada pela segunda vez por Diogo
Lopes Filho) a assistir sua montagem apoteótica – um balé musical trágico – na
qual interpretará sozinha 60 personagens de uma tragédia grega.
Os dois esquetes seguintes (extraídos de Quem tem medo de
Itália Fausta), são assinados por Miguel Magno e Ricardo de Almeida. Em “O
Ponto e a Atriz”, vários gêneros teatrais são ironizados ao resgatar a função
do Ponto, figura que lembrava o texto para as divas das grandes companhias de
teatro durante as apresentações. Nesse esquete, O Ponto, Marivado (interpretado
por Mário Bezerra), se vê em apuros ao contracenar com Maria I, ‘a rainha boba’
(vivida por Lelo Filho), a sensual Helena (interpretada por Marcos Barretto), a
espevitada anãzinha Camila (vivida por Diogo Lopes Filho) e a desbocada Aracy
(também interpretada por Marcos Barretto).
No último esquete, “Fanta e Pandora”, o ensino do teatro é o
foco central e o público é transformado em mais uma personagem com quem duas
professoras universitárias, Fanta Maria (interpretada por Lelo Filho desde
1988) e Pandora Luzia (dessa vez vivida por Diogo Lopes Filho) passam a
interagir numa improvável aula sobre a influência de dois fonemas no teatro
javanês, durante os últimos 15 dias do século XII a.c.
Desde 1988, muitos bordões que foram criados por tantos
atores que já passaram pelo espetáculo, vêm virando assunto em mesas de bar,
nos ambientes de trabalho e nas casas de quem assiste e acaba repetindo: ‘é a
minha cara’, ‘eu tou tão tão que nem nem’, ‘rebobine’, ‘cadê meus botões?’,
dentre outros. A BOFETADA é centrada basicamente no tempo de comédia do ator e
o que mais impacta o espectador é a maneira como a peça vai sendo renovada pelo
elenco através de referências a fatos do cotidiano, mantendo as características
marcantes no trabalho da Cia Baiana de Patifaria: improvisações a partir de acontecimentos
do noticiário, participação da plateia e críticas a comportamentos da sociedade
contemporânea, estabelecendo uma forte comunicação com o público. A BOFETADA
atravessou vários acontecimentos históricos do país e a cada nova montagem
atrai novas gerações de espectadores, além de ser assistida por antigos fãs. A
proposta sempre foi ir além de realizar apenas um teatro de entretenimento e a
estreia de A BOFETADA abriu uma nova página na trajetória do grupo com sua
profissionalização.
COMPANHIA BAIANA DE
PATIFARIA – um breve histórico
Prestes a completar 30 anos nos palcos, a Teatro de Comédia
Produções Artísticas, nacionalmente conhecida como Cia Baiana de Patifaria, vem
desenvolvendo um teatro de repertório que soma 8 espetáculos: Abafabanca, A Bofetada,
Noviças Rebeldes, 3 em 1, A Vaca Lelé, Capitães da Areia, Siricotico uma
comédia do balacobaco e Fora da Ordem.
Quando a trupe partiu para sua primeira turnê nacional em
1991, entre o Rio de Janeiro e São Paulo, uma boa definição de seu trabalho foi
feita por um jornalista do Jornal O Estado de São Paulo: “Patifaria, na Bahia,
não quer dizer desaforo ou pouca vergonha. Significa também, brincadeira
exagerada, que passa da conta”. Brincadeira cênica aliada a muito trabalho nos
bastidores e uma profunda pesquisa sobre diferentes estilos de comédias. As
temporadas da Cia Baiana já aconteceram em alguns dos mais importantes teatros
do país: quase todas as casas de espetáculos de Salvador, em São Paulo nos
Teatros Bixiga, Mambembe, Cultura Artística, Bibi Ferreira e Imprensa, no Rio
de Janeiro no Teatro Ipanema, Teatro Leblon, Teatro dos Quatro, Teatro João
Caetano, Teatro das Artes, Teatro Carlos Gomes, em Brasília na Sala Vila Lobos
do Teatro Nacional, em Porto Alegre no Teatro São Pedro, em Curitiba no Teatro
Guaíra, dentre outros. Em 1997, a comédia musical “Noviças Rebeldes”, dirigida
por Wolf Maya, foi apresentada por 2 semanas no St Clement Theatre, em Nova
York.
A democratização do teatro através do riso, do humor, para
um público cada vez mais amplo e diversificado, essa sempre foi a meta da Cia
Baiana de Patifaria. A comédia desde sua origem sempre teve o caráter de
aproximar plateias, ao ironizar os dilemas do cotidiano e propor reflexão.
Desde 1987, quando surgiu, a Cia Baiana vem tentando manter seu repertório em
cartaz, sempre prezando pela qualidade de suas montagens, gerando empregos e
ampliando seu público em todo país.
Elenco
Lelo Filho, Diogo Lopes Filho, Mário Bezerra e Marcos
Barretto
Direção
Lelo Filho
Diretor Assistente
Odilon Henriques
Concepção Original
Fernando Guerreiro
Cenografia
Figurino
Eugênio Luiz
Miro Paternostro
Produção Executiva
Marcos Motta
Iluminação
Sonoplastia
Camarim
Contrarregra
Marcos Motta
Dedeco Macedo Márcia
Valério Luis Cláudio
SERVIÇO
A Bofetada
Data: a partir de 08 de janeiro até depois do Carnaval
Local: Teatro Jorge Amado
Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25
OBS: O funcionamento da bilheteria acontece de quarta a
domingo, das 14h às 19h. Nos dias de espetáculo, a partir das 14h.