Alimentação Escolar comprometida: faltam Nutricionistas nas Escolas da Bahia
Por
intermédio de um convênio de cooperação assinado entre o Conselho
Federal de Nutricionista (CFN) e o Conselho Regional de Nutricionistas
da 5ª Região (Bahia e Sergipe), o Projeto “Fiscalização do cumprimento
das atribuições do Nutricionista da Alimentação Escolar – Gestor Público
na Bahia” foi aplicado e concluído. Após fiscalizar 182
municípios do Estado (45% do total), verificou-se que 120 não haviam
declarado a existência de um Responsável Técnico pela Alimentação
Escolar ao CRN-5. “Nenhum município apresentou quantidade suficiente de
nutricionistas habilitados, para
garantia da contínua assistência alimentar e nutricional, conforme
parâmetros exigidos pela Resolução CFN nº 465/2010. Este problema é
muito sério e preocupante”, destacou a Coordenadora da Unidade de Fiscalização do CRN-5, Mariluze de Pinho Bahia.
Após
a conclusão do Relatório, os resultados do Projeto da Fiscalização do
CRN-5 apontam para o comprometimento do cumprimento das atribuições
privativas e obrigatórias do Nutricionista. Este fato está relacionado
com à ausência do nutricionista Responsável Técnico pelo PNAE, ausência
de quadro técnico ou de seu número reduzido de nutricionistas ou, ainda,
com a carga horária insuficiente do Responsável Técnico (RT). “Qualquer
um desses fatores compromete o objetivo do Programa Nacional de
Alimentação Escolar (PNAE), causa um grande prejuízo ao exercício
profissional do Nutricionista e interfere na realização das atividades
complementares e dos procedimentos para controle de qualidade, nos quais
foi verificada uma alta incidência de comprometimento das atividades”,
destaca Mariluze.
O
Projeto também teve como objetivo verificar a presença do nutricionista
Responsável Técnico e/ou Quadro Técnico; verificar o cadastramento do
Município junto ao Conselho Regional e o cumprimento das atribuições do
nutricionista; informar ao Ministério Público (MP) e ao Fundo Nacional
de Desenvolvimento da Educação (FNDE) as irregularidades apontadas;
orientar gestores no cumprimento das ações do programa; orientar
nutricionistas sobre sua atuação profissional; elaborar relatório
técnico para apresentação ao MP e ao CFN e elaborar artigo científico
para publicação.
Metodologia
O
Projeto selecionou aleatoriamente 18 microrregiões das sete
mesorregiões da Bahia, contemplando no total 187 municípios do Estado,
ou seja, 45% do total. Para definição da
amostra, foram utilizadas como parâmetros as microrregiões que possuíam
entre 5 e 25 municípios e com maior número de cidades que nunca tinham
sido visitados pela fiscalização do CRN-5. Durante as visitas das
fiscais do CRN-5, os Roteiros de Visita Técnica (RVT) foram aplicados
aos Nutricionistas Responsáveis Técnicos (RT) pelo PNAE (quando
existentes).
Durante
a execução do Projeto, foram lavrados 381 documentos para Pessoas
Físicas e Jurídicas, entre Termos de Visita, Termos de Notificação e
Autos de Infração, com diversas solicitações. Dos documentos lavrados,
283 possuíam prazo para regularização, e destes, 99 não foram atendidos e
seguiram curso para Processo de Infração, conforme Resolução CFN nº
511/2012. Todos os roteiros de visitas aplicados foram encaminhados aos
respectivos municípios e os nutricionistas foram orientados aos
cumprimentos de suas atribuições, conforme papel orientador do CRN-5
Projeto em Sergipe
Em Sergipe, o Projeto “Fiscalização
do cumprimento das atribuições do Nutricionista da Alimentação Escolar –
Gestor Público em Sergipe”, foi iniciado em março deste ano. O objetivo
é fiscalizar até dezembro deste ano todos os 75 municípios de cada
microrregião do Estado de Sergipe. Os objetivos são semelhantes aos do
Projeto realizado na Bahia.
A
execução será dividida em duas fases. A primeira corresponde ao
levantamento de dados pela fiscalização. Nela, serão visitados todos os
municípios do Estado. A
segunda fase corresponde à tabulação dos dados obtidos e a elaboração
do relatório técnico sobre o cumprimento das atribuições do
nutricionista no PNAE, assim como envio do relatório concluído ao
Conselho Federal de Nutricionistas e ao Ministério Público.



