Transexual no podia usar nome social no Crachá da Claro
Na última segunda-feira 17, a física Roberta Nunes deu
um passo importante no que imagina que poderá facilitar sua inserção no mercado
de trabalho: fez a cirurgia de mudança de sexo. Com especialização em
engenharia, Roberta já trabalhou em duas grandes empresas de telecomunicações.
Mas não obteve o direito de usar seu nome social, o feminino, no trabalho, o
que levanta uma questão: a iniciativa privada lida bem com a questão da
diversidade sexual no trabalho?
A
última empresa que a contratou, a Claro, inicialmente aceitou que em seu crachá
constasse Roberta Nunes e não seu nome de nascença. Mas o RH acabou voltando
atrás e pediu que o nome feminino ficasse abreviado, com o masculino aparecendo
abaixo. Como a transexual não aceitou, a solução foi dar a ela um crachá em
branco, usado por consultores e visitantes.
Fiquei
três anos usando o crachá em branco. Inicialmente eu tentei brigar, mas depois
desisti, pois era o meu ganha-pão e eu precisava do dinheiro. Preferi evitar
retaliações — contou Roberta em entrevista ao Boa Chance
Consultada sobre o caso, a Claro divulgou nota, por meio da assessoria, em que diz: “A Claro informa que respeita a orientação de gênero de todos os seus colaboradores”. Para Roberta, faltou habilidade para tratar o tema. Problema que, segundo ela, acontece na iniciativa privada de modo geral.
Consultada sobre o caso, a Claro divulgou nota, por meio da assessoria, em que diz: “A Claro informa que respeita a orientação de gênero de todos os seus colaboradores”. Para Roberta, faltou habilidade para tratar o tema. Problema que, segundo ela, acontece na iniciativa privada de modo geral.
Faltam políticas para garantir a inclusão dos
transexuais. No serviço público, existem mais iniciativas para proteger os
direitos — diz Roberta.
É
a portaria 233, de 2010, que assegura ao servidor público, na esfera da
administração federal, o uso do nome social adotado por travestis e
transexuais. Na inciativa privada, não há nada igual.
Então, a transexual fica presa à boa vontade e
à sensibilidade do patrão ou do RH diz
Bárbara Aires, diretora da Astra Rio (Associação das Travestis e Transexuais do
Rio de Janeiro). Com informações do Jornal O Globo