Implantes penianos podem ser a solução para problemas sérios de ereção
Disfunções neurológicas ou vasculares, causadas por motivos
diversos, podem ocasionar problemas de ereção. Estes devem ser tratados de
diversas maneiras, mas em último caso, após outras tentativas, o implante
penianotem sido cada vez mais indicado como solução para homens de vários
partes do mundo. “A prótese devolve ao homem um ‘esqueleto’ novo para o pênis,
fazendo com que ele volte a ter relações sexuais com ereção normal”, explica o
urologista diretor da Clínica do Homem, Francisco Costa Neto .
Especialista em andrologia, o médico explica que entre as
disfunções neurológicas que mais levam os homens a terem problemas de ereção
destacam-se a diabetes, a prostatectomia radical (retirada total da próstata),
as neoplasias e lesões neurológicas em geral, as hérnias discais e a doença
veno-oclusiva peniana. Já as disfunções vasculares mais frequentes, que também
podem levar o homem à necessidade de implantar uma prótese peniana (caso nenhum
tratamento clínico funcione), são a hipertensão arterial, a aterosclerose
(relacionada às dislipidemias), a arterioesclerose (envelhecimento das
artérias), a diabetes e as neoplasias em geral (essas duas últimas se
caracterizam tanto por disfunções neurológicas quanto vasculares).
No caso de qualquer uma dessas patologias ser a causa de uma
Disfunção Erétil (DE), é preciso tratar primeiro a doença que originou a DE.
“Apenas se outras formas de tratamento não solucionarem a dificuldade ou falta
de ereção, sugerimos a colocação de implantes penianos, com o cuidado de evitar
falsas expectativas. O ideal é que a companheira participe e colabore com a
cirurgia, mas isso não é uma regra. Após a colocação do implante são
necessárias de quatro a seis semanas de recuperação antes da utilização desta”,
explica o médico.
Tipos de implantes
Houve uma grande evolução nessa área nos últimos anos e hoje há
diversos tipos de próteses disponíveis no mercado. Os que tem apresentado
melhores resultados são os infláveis, mas existem também os modelos
semi-rígidos (articuláveis e não articuláveis).
O implante inflável, após implantado, não é perceptível a olho
nu. A aparência do pênis em seu estado flácido é relaxada e normal, ou seja,
não dá para notar quando se olha para um homem que possui implante que ele a
possui.”A ereção acontece quando o homen infla os cilindros (hastes)
implantados no corpo cavernoso do pênisapertando a bomba colocada no testículo.
Neste caso, é possível controlar a firmeza do pênis pressionando a bomba até a
obter a ereção desejada”, explica Neto. “Neste caso, o pênis apresenta uma
ereção controlada e natural”, completa.
Homens que utilizam o implante semi-rígido articulável, para ter
uma ereção, precisam segurar o pênis e movê-lo para a posição desejada. Após a
relação sexual, é preciso retornar o pênis manualmente para a posição anterior.
Se o implante for um não articulável, o pênis fica na posição ereta todo o
tempo. “Quem tem um implante deste tipo deve evitar inconvenientes, usando
roupas mais folgadas e tomando outros cuidados relacionados ao convívio social,
para não ser mal interpretado pelas pessoas”, destaca o urologista.
Os implantes, escolhidos de acordo com cada anatomia, são do
tamanho do pênis em ereção, não aumentam nem diminuem o membro normal.
“Recentemente, nos EUA, foi lançado uma prótese que promete aumentar de um a
dois centímetros o tamanho do pênis. No congresso que participei em Miami sobre
o tema há um mês, foi explicado que o que acontece, na verdade, é que ela
‘estufa’ a glande do pênis na hora da ereção. Minha opinião é de que qualquer
apelo comercial no sentido de estimular o aumento peniano é desnecessário. Esta
prática é proibida no Brasil”, conta Neto. “Não é necessário que o pênis seja
grande para estimular a mulher sexualmente. Mesmo porque, o comprimento da
vagina varia entre 10 cm e 15 cm na excitação, o que significa que, no caso de
um pênis muito grande, fica metade fora do corpo da mulher.Este tema é mais um
mito do que qualquer outra coisa”, completa.
Ereção não é sinônimo de
libido
Francisco Costa Neto faz questão de destacar as diferenças entre
ereção, libido (desejo sexual), ejaculação e orgasmo. “Um homem pode ter uma
ereção, mas não ter nenhum desses outros três componentes, tão importantes para
uma relação sexual de qualidade”, explica. O médico diz isso para explicar que
a colocação de um implante não garante o prazer. “Por isso, é importante que em
paralelo sejam considerados outros aspectos. Em muitos casos, homens com
Disfunção Erétil, independentemente de terem ou não um implante peniano,
precisam de uma reposição hormonal fisiológica ou de medicamentos que irão
estimular o prazer e ampliar as chances de uma relação completa”, detalha.
Para exemplificar esta questão, ele cita o caso de um homem que
chegou ao seu consultório já com o implante peniano mais avançado em termos de
tecnologia, mas que não tinha vontade de se relacionar sexualmente porque não
tinha libido. “Neste caso específico, não podíamos repor a testosterona
‘perdida’ para estimular a libido porque o paciente estava em tratamento de um
câncer avançado e, como este hormônio ‘alimenta’ as células cancerígenas
ativas, o nível do hormônio precisa permanecer baixo, a fim de evitar a
expansão da doença”, diz.
Importante
Urologistas podem prescrever qualquer um dos tipos de implantes,
de acordo com o que consideram mais adequado para o tratamento de seus
pacientes. No entanto,os planos e seguradoras de saúde, de modo geral, têm se
negado a cobrir os implantes infláveis, pelo seu custo maior se comparado aos
semi-rígidos. A boa notícia é que, em todo o Brasil, através de ações judiciais
contra as seguradoras, os pacientes que requerem o custeio deste tipo de
implante tem conquistado este direito. “A jurisprudência está favorável neste
sentido, pelo que temos observado”, comenta o diretor da Clínica do Homem.