Grupo Gay de Feira de Santana desenvolve ações de prevenções no interior da Bahia
O GLICH, por meio do Projeto Interior na Palma da mão:
“Fique Sabendo”, onde tem Paradas LGBT tem ação de prevenção, financiado pelo
Departamento de DST/AIDS e HV e o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), realizará ações de prevenção nas cidades do interior da
Bahia, abrangendo municípios onde haverão Paradas LGBT. Diversas atividades de
prevenção estão previstas para serem executadas pela entidade, entre elas:
intervenções com distribuição de material informativo e preservativos, palestras
em escolas e seminários, com o intuito de discutir questões relacionadas às
DST/HIV/AIDS, sexualidade e Direitos Humanos entre os LGBT.
As intervenções acontecerão em municípios que não
receberam nenhum tipo de apoio em relação à prevenção. A equipe do projeto
realizará diversas visitas aos grupos LGBT de cada cidade, montando um
planejamento estratégico abarcando as atividades de prevenção à serem aplicadas
nas respectivas localidades.
Nos municípios baianos, verifica-se uma carência de ações
contínuas de promoção à equidade, ao enfrentamento de preconceitos e estigmas
que assolam LGBT. As paradas são momentos oportunos de se incluir nas pautas
destas cidades temas relacionados à prevenção ás DST/HIV/AIDS, Hepatites Virais
e Direitos Humanos.
O Projeto tem como objetivos, contribuir para reduzir a
incidência das DSTAIDS e Hepatites Virais entre a população LGBT. Desenvolvendo
ações de prevenção e promoção dos direitos humanos de LGBT em pelos menos oito
cidades baianas, durante as atividades e eventos do Orgulho LGBT. Divulgando a
campanha do “Fique Sabendo” e vacinação contra hepatites virais, incentivando a
realização do teste e diagnóstico precoce de HIV/AIDS na comunidade LGBT. Para
o alcance desses objetivo empenharemos esforços na sensibilização,
instrumentalização e incentivo às práticas sexuais mais seguras e, desta forma,
ampliando as informações sobre os métodos de prevenção entre a população LGBT
de oito Cidades do interior da Bahia contribuindo para redução da incidência
das DST/AIDS/HV entre essa população.
Na Bahia existem 417 municípios, dos quais cerca de vinte
e cinco realizam paradas LGBT. Segundo dados do Boletim Epidemiológico AIDS -
Ano V nº 1 - julho a dezembro de 2007/janeiro a junho de 2008 a Bahia tem
notificado pelo SINAN casos acumulado de 1980 até inicio de 2008 um número de
10.498, enquanto no Boletim IV nº1 segundo dados do SINAN no primeiro semestre
de 2007 foi registrado 9.873, estes dados revelam um aumento na incidência de
casos de AIDS no Estado, que segui a mesma tendência de outros estados
nordestinos, que ao contrário das regiões Centro-oeste e sudeste, apresentam
significativo crescimento na taxa de incidência de AIDS.
Dos municípios baianos que realizam Paradas LGBT, apenas,
6 recebem apoio para ações de prevenção. A população LGBT ainda é uma das que
mais se encontram em situação de vulnerabilidade em relação às DST/AIDS, de
acordo com o Plano de enfrentamento a epidemia de AIDS e das DST entre Gays e
outros HSH e travestis a taxa de incidência entre HSH é 11 vezes maior à da
População em geral, por uma série de fatores sociais. Nas cidades do interior
aonde muitas vezes não chegam informações adequadas às vulnerabilidades ficam
ainda mais intensas.
Atualmente na Bahia, segundo dados da Secretária de Saúde
pelo menos 81% dos municípios baianos apresentam pelo menos 01 casos de AIDS,
sendo que esses dados podem ser subnotificados já que uma grande parcela da
população não realiza o teste de HIV e quanto mais se interioriza menos há a
prática de realização do exame.
Muitas dessas cidades do interior baiano recebem grande
fluxo de turistas, têm uma população em situação de vulnerabilidade social,
apresentam um grande número de população LGBT e quase não são assistidas com
programas de prevenção sendo as Paradas LGBT um momento estratégico de
despertar na população destas cidades a importância da prevenção.
Na Bahia em 1999, cerca 50% dos municípios apresentavam
pelo menos um caso de AIDS, dez anos depois, o número de cidades aumentou para
81% do total existente no Estado. Tais informações ilustram como a AIDS vem a
cada dia se interiorizando, tornando urgente o desenvolvimento de ações de
prevenção e realização de diagnósticos precoces de HIV/AIDS, não só em grandes
centros urbanos e capitais, mas, também, nas cidades do interior. A Bahia é
composta por 417 (quatrocentos e dezessete) municípios deste total 338
(trezentos e trinta e oito) apresentam pelo menos um caso de AIDS. De acordo
com o Boletim Epidemiológico de primeiro de agosto de 2009, publicado pela
Secretária de Saúde da Bahia e Coordenação Estadual de DST/AIDS, esses dados
denotam a capacidade da epidemia em se disseminar e a urgência de criar
mecanismos eficientes para enfrentá-la.
Segundo dados da Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e
Práticas Sexuais (PCAP), de 2004, calculou que a taxa de incidência da AIDS no
segmento populacional de Gays e Homens que fazem sexo com Homens (HSH)
brasileiros é cerca de onze vezes maior que a taxa da população geral. Dados do
Boletim Epidemiológico da Bahia de agosto de 2009 calculam que a taxa de
incidência no Estado é de 77/100.000, porém deve-se considerar que esses dados
podem está aquém da realidade quando comparado o número total de habitantes em
relação ao número de pessoas que fazem exames de HIV/AIDS no Estado, demonstrando
a necessidade de uma melhor formulação e qualificação destes dados.
Há no Estado, apenas vinte e seis Programas municipais de
DST/HIV/AIDS e um número ainda mais reduzido de Programas municipais de
Hepatites. Essa deficiência de dificulta a execução de ações de prevenção no
interior Baiano, assim como, a realização do diagnóstico precoce das DST/AIDS.
Assim, diante da
falta de atividades que promovam ações de prevenção das DST/HIV/AIDS, de
promoção à saúde e aos direitos humanos, durante as ações de visibilidade do
orgulho LGBT fica visível a necessidade de realizar nas Atividades do Orgulho
LGBT de cidades do interior baiano ações voltadas as problemáticas citadas
acima, tendo por finalidade incentivar atividades frequentes de prevenção das DST/HIV/AIDS,
Hepatites Virais e promoção dos Direitos Humanos, outrossim a realização do
teste e diagnóstico precoce do HIV nas cidades envolvidas, atentando para as
Paradas LGBT não como um momento apenas de festa, mas como uma oportunidade de
mobilização e transformação social.