Oi, você tem facebook?
O advento do Facebook no Brasil além de enterrar o
popular Orkut se transformou em uma
importante ferramenta para os mestres da arte de vender seu peixe de todas as
formas possíveis e impossíveis. Lá estão eles prontos para atender todas as
necessidades de cada um de nós, simples mortais ávidos por novidade e
comodidade. Mas além de vender, divulgar e polemizar, o danado do Facebook
conquistou definitivamente a comunidade LGBT
em todos os sentidos. Transformou-se em forte aliado, principalmente
quando assunto é paquerar, seja no ambiente virtual ou real, lá está o Facebook
envolvido no cotidiano da turma gay.
O simples ato de trocar telefone no primeiro encontro
seja em uma boate, no encontro de amigos ou nas casuais paqueras em ambientes gays,
aquela velha pergunta: qual seu telefone? foi substituída por outra: você tem
facebook? Depois dos primeiros beijos e abraços para conferir em casa com mais
calma as fotos, amigos, onde trabalha e se valerá a pena continuar algo mais
além de mandar o link para todos os amigos avaliarem o perfil do cidadão para depois dessa seletiva colocá-lo apenas
na lista de amigos ou na lista de paqueras virtuais com direito a algumas
cutucadas.
Para Sandro de 32 anos sem o Facebook ele não vive, “passo mais de 24h logado,
principalmente pelo celular que veio pra facilitar ainda mais. Faço uma seleção
de quem dou meu facebook, analiso o
perfil, pois na internet tem muita gente maldosa e sacana, por isso não
adiciono qualquer pessoa, só porque ela é bonitinha. Tenho amigos que dizem que
não adicionar qualquer pessoa, mas basta ela sair para a noite em uma boate que
no dia seguinte tá lá, nas atividade recente, um novo amigo que na verdade deve
ser o cara que ele beijou na boate e que deus umas cutucadas até altas horas”.
Já para Rick 25 anos, o Facebook é uma importante ferramenta mesmo sabendo que
tem muita gente besta que deveria receber o manual de uso do facebook e da boa
educação. “Tem coisa que são sem noção, outro dia um amigo postou que havia
sido roubado e perdeu todos os seus contatos e alguns amigos dele foi lá e
curtiram o post. Que amigos são esses que gostaram de saber que você foi
roubado? Cadê o bom senso?” indaga Rick, que é mais taxativo e não usa o Face
para paqueras, apenas para fazer novas amizades e trabalho. “Quando quero algo
além de uma amizade vou buscar no disponível ou nas salas de bate-papo, pois lá
você já sabe o que aquelas pessoas querem diferente dessas chatas cutucadas que
não vão a lugar algum apenas enchem o saco desabafou Rick. Quem também pensa um
pouco parecido com Rick é Cíntia de 24 anos que se diz encantada com a
velocidade e rapidez do facebook, porém se sente incomodada com o assédio dos
meninos que não sabem que é lésbica e fica P da vida com os rapazes e as
infernais cutucadas, mesmo estando no estado casa. “Eles perturbam muito me
obrigando a fechar o meu mural diante da quantidade de cantadas que já gerou
chateações com minha namorada, mas acho que se todo mundo soubesse usar com
moderação seria muito mais interessante. Odeio aquelas mensagens de autoestima,
fico sem paciências, sem falar que
teremos que conviver com as infinitas propagandas dos candidatos sujando
o face. Ufa!”
Com os pros e contras é inegável o poder do Facebook nas
relações socais no Brasil nos últimos anos, provando o quanto a internet está
cada vez mais inserida no cotidiano do brasileiro oferecendo de um tudo um
pouco, para Gregos e troianos, sem a menor distinção no que tange a informação,
cultura e entretenimento em tempo real, disponível para todos, democratizando a
informação.
*Para preservar a privacidade dos nossos entrevistados os
nomes são fictícios.
Por Genilson Coutinho