Criadora de cartaz da Parada LGBT de Maringá é espancada pelo próprio irmão
A artista plástica Elisa Riemer, criadora docartaz alternativo
da primeira Parada LGBT de Maringá, foi espancada no último sábado (14) pelo
próprio irmão.
Segundo
relatos de Michelle Riemer, irmã da artista, Elisa recebeu golpes de muay thai
nas pernas, costas, barriga e cabeça por Matheus Riemer até perder a consciência.
Após ver a irmã desacordada, o agressor continuou a espancá-la com chutes na
cabeça e costas, mesmo tendo a mãe dos dois intervindo na tentativa de
assassinato. O jovem parou de agredir Elisa e fugiu do local assim que percebeu
que sua mãe havia chamado a polícia.
Luiz
Modesto, representante local da ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas,
Travestis, e Transexuais), deve se encontrar com a artista e sua mãe ainda hoje
acompanhado de um grupo de advogados e um psicólogo para dar suporte legal e
psicológico. “A Elisa é uma amiga pessoal, uma companheira de luta, e sentiu na
própria carne hoje a dor que tantas pessoas sentem todos os dias, a mesma dor
que ela tenta combater em sua arte, em sua militância. Falei com ela agora a
pouco, coloquei todo o nosso pessoal a disposição para o que precisar”, disse
Modesto.
O
representante da ABGLT ainda diz que todo o discurso que segregue ou subjugue
determinado grupo é reafirmador dessa violência. “Indiretamente, pais,
pastores, professores e comunicadores dão o aval a esse tipo de violência ao
repetir, como um mantra da morte, as máximas machistas, sexistas, homofóbicas e
racistas. A culpa pela agressão da nossa Elisa não é só de seu irmão, mas de
todos aqueles que, dia após dia, autorizaram esse rapaz a ser machista, a
tratar mulher assim. Tanto com piadinhas, com seus mau exemplos, inúmeras
pessoas tem a mão manchada do sangue e a culpa pelo que sofreu Elisa Riemer”.