Glória Pires sobre papel homossexual
Glória abriu a coletiva contando que havia recebido o
convite para fazer este filme há 17 anos atrás por Lucy Barreto. "Enfim
chegou. Eu estava aguardando muito este momento e eu acho que hoje eu estou
muito mais preparada. Nesta espera eu fui treinando meu inglês, fui me
aperfeiçoando", afirmou. A atriz ainda fala sobre a importância do papel.
"A Lota é uma personagem muito importante porque teve uma participação na
vida do Rio de Janeiro. Ela é forte, ela é culta, ela é inovadora e estava a frente
do seu tempo".
Relação homossexual
O filme vai mostrar a relação homossexual que a
personagem de Glória teve com a escritora Elizabeth Bishop, que será
intepretada por Otto. Glória também comentou um pouco sobre o assunto.
"Homossexualidade é um grande atrativo. Eu espero que as pessoas tenham a
curiosidade, mesmo que aqui não esteja se discutindo isso, e sim o que foi a
obra dela", disse sobre a importância de falar naturalmente sobre o tema.
Quando questionada sobre como faria para não existir
preconceito com o tema, já que ela é uma pessoa que tem uma marca muito forte
no público e nas famílias, a atriz deu sua opinião. "Acho que preconceito
é falta de conhecimento. Quando você coloca um assunto na roda, numa novela,
num filme, isso se torna um debate e de alguma forma faz com que as pessoas
estejam ligadas a esse assunto. Espero que elas não se preocupem com a
orientação sexual dos outros", completou.
Bruno Barreto, diretor do longa, também comentou o
assunto e revelou que filmará a primeira cena de amor delas. "O foco não é
a preferência sexual delas e sim o amor, como elas lidam com a perna. Foi muito
importante saber lidar com isso para não ser pudico e não estar fora do
assunto, porque foi uma realidade", disse sobre a relação das personagens.
"É um amor natural, não tem porque ser escondido. É um amor sem pudor e a
gente quis atrizes maduras justamente para lidar com isso de uma forma muito
natural, pois esse não é o foco", acrescentou.